O Património Cultural, IP e a Direção-Geral das Artes organizaram o Evento Final do Programa Cultura dos EEA Grants. A Culturgest, em Lisboa, foi o palco para um ciclo de conferências sobre os impactos dos 17 projetos apoiados, durante os dias 26 e 27 de fevereiro.
Os projetos financiados envolveram mais de 50 entidades portuguesas e 30 entidades da Noruega, Islândia e Liechtenstein. No total, 290 mil espectadores, visitantes e participantes juntaram-se ao Programa Cultura, que teve um investimento de 11 milhões de euros.
A Cultura Nacional em destaque no Compromisso Internacional
Nos dias de reflexão sobre os impactos do programa financiado pelos EEA Grants, diversos representantes nacionais e internacionais destacaram os resultados alcançados e o papel transformador da cultura no desenvolvimento das comunidades.
João Soalheiro agradeceu a todas as organizações envolvidas os bons resultados do Programa. Para o Presidente do Património Cultural, I.P., "os resultados são significativos do ponto de vista humano. Nós somos, antes de termos competências, pessoas. E é para as pessoas que todos os países doadores e Portugal têm trabalhado com muito afinco".
A Embaixadora da Noruega em Portugal, Hanne Brusletto, que esteve presente, relevou o papel da cultura para a compreensão mútua e o esforço de todos os envolvidos para ultrapassar os desafios enfrentados durante quatro anos de implementação dos projetos.
Para o Ministério da Cultura, o compromisso internacional pode abrir portas para novas formas de expressão e inovação. "Já começaram as negociações para o novo ciclo EEA Grants, e espera-se que Portugal tenha um papel central neste financiamento", afirmou Pedro Nogueira, reforçando o apoio do Ministério aos projetos desenvolvidos.
Impactos Locais dos Projetos Financiados
O primeiro dia contou com dois painéis com promotores de projetos apoiados. Foram discutidos o papel da cultura na revitalização de locais intervencionados e o reforço do acesso e participação proporcionado pelo financiamento.
Virgílio Ferreira, do projeto ViViFiCAR, relatou como o projeto ativou espaços desativados e fortaleceu a memória das comunidades. "A proximidade dos artistas com as populações criou um diálogo entre a comunidade e o poder político, permitindo resolver questões através do encontro e da partilha", explicou. A continuidade do projeto em três municípios evidencia a adesão das comunidades e o impacto positivo nas memórias coletivas.
Artur Martins, do projeto "De Fenais a Fenais", destacou a importância do tempo e da presença para a participação efetiva das comunidades. "A participação é multinível, começa nos governos e termina nas pessoas. É preciso estar e estar algum tempo", afirmou, enfatizando o papel da empatia e da construção de redes de responsabilidade partilhada.
"Investir em parcerias europeias é um investimento bem feito"
O segundo dia encerrou-se com balanços e perspetivas futuras. Maria Mineiro, coordenadora da Unidade Nacional de Gestão dos EEA Grants em Portugal, reforçou o sucesso dos 17 projetos financiados. "Os indicadores traçados foram cumpridos e, na maioria dos casos, superados", afirmou.
Ragnhildur Zoega, do Rannis (Islândia), destacou que as iniciativas plantaram sementes que continuarão a crescer. Linda Veiby, do Riksantikvaren (Noruega), sublinhou a abordagem holística à gestão do património cultural e a maior envolvência da sociedade na sua preservação. "Investir em parcerias europeias é um investimento bem feito", declarou.
Nina Kulås, do Arts and Culture Norway, demonstrou orgulho nos resultados alcançados e destacou o sucesso do trabalho desenvolvido com a Direção-Geral das Artes, com quem teve uma colaboração profissional próxima.
Américo Rodrigues elogiou a capacidade dos projetos em gerar transformação nos territórios. Para o Diretor-Geral das Artes "Os projetos financiados mostraram que gerar mudança é possível".
O evento final do Programa Cultura terminou com a intervenção de Ana Catarina Sousa. A Vice-Presidente do Património Cultural, IP reafirmou a importância do apoio dos países doadores: "Os objetivos foram cumpridos e novas metas foram criadas. Nada disto seria possível sem os países doadores, que acreditam que doar é um ato que fortalece toda a sociedade".
O Programa Cultura é operado pelo Património Cultural, IP, em parceria com a Direção-Geral das Artes.